Nosso processo de pesquisa adotou protocolos que precisam ser registrados quer seja para explicar e justificar as demais tomadas, quer seja para futuras revisões e continuidades.
Conforme os objetivos da pesquisa propostos inicialmente foram observadas três dimensões do lugar – simbólico, material e mediado – aliando os fatores qualitativos e quantitativos. Entretanto para prosseguir com esta intenção precisávamos definir um procedimento metodológico a ser adotado que pudesse embasar as decisões tomadas (uma vez entendidas com base na produção científica) e de certo modo justificar a análise morfológica que seria realizada.
Adotou-se um protocolo que permitisse a conexão entre as leituras individuais dos edifícios, uma vez que se trata de pesquisa por grupo heterogêneo, a fim de preservar os interesses dos “humanos e não humanos”, mas também de comparar as análises produzidas a partir das etapas:
- Recolha documental;
- Interrogar o material publicado (frequentemente os desenhos são diferentes do arquitetura tal como ela foi construída. Neste caso é importante manter um padrão);
- Redesenhar as plantas e os cortes dos edifícios examinados (UNWIN, 2013, p. 5);
- Elaborar ficha com dados técnicos;
- Elaborar linha do tempo relacionada a implantação; ao lote; as publicações sobre o edifício;
- Sistema de análise #1 – DECOMPOSIÇÃO [DE CADA UM DOS EDIFÍCIOS]
- Decomposição e qualificação dos elementos formais (se lineares, planos e volumétricos); [🡪qual é o elemento BASE?]
- Glossário ilustrado + SISTEMAS ARQUITETÔNICOS [CHING]: espacial, estrutural, delimitação, circulação.
- Qualificação da natureza das relações dos distintos tipos de relação entre elementos [🡪relação de posicionamento, de obediência, de integração];
- Qualificação da modalidade destas relações de modificação OU NÃO dos elementos resultado da confrontação [🡪mantiveram-se íntegros, deformaram ou se articularam];
- Sistema de análise #2 – COMPOSIÇÃO [DE CADA UM DOS EDIFÍCIOS]
- CATEGORIA 1: ESTETICO-FORMAL: eixo; simetria; hierarquia; dado [recurso organizativo]; ritmo; repetição; transformação;
- CATEGORIA 2: TECNICO-CONSTRUTIVO: sistema de proporção; materiais de estrutura, de vedação e de esquadrias;
- CATEGORIA 3: RELAÇÃO COM O ENTORNO: elementos de acesso, entrada, configuração da via, entorno;
- Sistema de análise #3 – RELAÇÕES FORMAIS [A PARTIR DA COMPARAÇÃO ENTRE EDIFÍCIOS]
- Gramáticas da forma;
- Sintaxe espacial e grafos.
Assim na primeira etapa – SIMBÓLICO – foram observadas as ações desde o item 1 ao 5 prosseguindo com revisão bibliográfica, recolha documental, seleção e tratamento de dados permitindo assim a aproximação textual e gráfica as memórias de Paulo Mendes da Rocha sobre Vitória e a baía de Vitória, sobre a dinâmica dos solos e os pontos cardeais, temas presentes em entrevistas e discursos publicados.
Na segunda etapa – MATERIAL – correspondente aos itens 6 e 7 denominados Sistema de análise #1 e Sistema de análise #2, foram realizadas interpretações sobre as escalas e métricas dos edifícios Cais das Artes, Museu dos Coches e Centro Arte e Natura Krajcberg a partir de documentação selecionada e elaborada na etapa anterior.
Na terceira etapa – MEDIADO – correspondente ao item 8 ou Sistema de análise #3 foi elaborada uma leitura comparada de métricas e tecnologias se encontram para mediar encontros entre o lugar, a arquitetura e (potencialmente) as pessoas. Tal leitura observou os três projetos utilizando as ferramentas metodológicas da gramática da forma (CELANI et al, 2006), space syntax (HILLIER; HANSON, 1984) e teoria dos grafos (estuda as relações entre objetos de um conjunto.).
REFERÊNCIAS
CELANI, G. et al. A gramática da forma como metodologia de análise e síntese em arquitetura. Revista Conexão – Comunicação e Cultura, Caxias do Sul, v. 5, n. 10, p.182-197, jul/dez, 2006.
HILLIER, B.; HANSON, J. The social logic of space. Londres: Cambridge University Press, 1984.
UNWIN, S. Vinte edifícios que todo arquiteto deve compreender. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
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